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Bebê a bordo


2018 começa com interessantes novidades na TV. Uma das primeiras é a estreia de Bebê a Bordo no canal a cabo Viva no dia 15 deste mês. Exibida originalmente na Globo entre junho de 1988 e fevereiro de 1989 no horário das 7 da noite e no Vale a Pena Ver de Novo entre novembro de 1992 e março de 1993, a trama de Carlos Lombardi conta a história de Ana (Isabela Garcia) e sua filha Heleninha. As confusões já começam no nascimento da menina, dentro do carro de Tonico (Tony Ramos) quando a jovem mãe fugia do banco que foi assaltar sentindo as dores do parto. Ana quer o melhor pra sua filha, mas acha que não tem condições de criá-la. Decide deixar a menina na porta de uma casa e quis o destino que esta casa fosse um lugar muito especial. É onde mora Laura (Dina Sfat), mãe biológica de Ana, que abandonou a filha logo depois do nascimento e vê a história se repetir com sua neta, que trata com amor e carinho. Meses depois Ana reaparece decidida a reencontrar Heleninha e trava uma batalha judicial contra sua própria mãe pela guarda da menina. Enquanto seu destino ainda não era decidido pela Justiça, Heleninha vai colocando o nome da novela em prática, passa por várias casas, vários núcleos, varios personagens, especialmente aqueles que podem ser seu próprio pai. O que Ana também procura saber durante toda a trama.

Bebê a Bordo e uma novela marcante, muito lembrada quando o assunto e a teledramaturgia dos anos 80. Entre seus vários destaques no elenco, quatro nomes são os mais lembrados.

Começando pela sua protagonista, Isabela Garcia. Fazendo sua primeira protagonista de novela e deixando claro para o público que a menininha que o Brasil viu crescer se tornou uma mulher. Poucos meses antes da estreia de Bebê a Bordo, em dezembro de 1987, Isabela teve seu primeiro filho, João Pedro, fruto de seu relacionamento com o músico Marcelo Bonfá. Em agosto de 1988, portanto quando Bebe a Bordo estava no ar, Isabela posou nua para a revista Playboy depois de 7 anos de convites recusados.

Com vários mocinhos romanticos no curriculo, Tony Ramos saiu da zona de conforto em Bebê a Bordo interpretando o atrapalhado Tonico, um personagem bem diferente do que se esperava do ator. Mostrando ao publico que e um ator bem mais versátil do que se imaginava que e.

Dina Sfat já se tratava do câncer durante as gravações de Bebê a Bordo. Que infelizmente se tornou a despedida da grande atriz. A doença a levou em março de 1989, pouco depois do fim da novela. Que também mostrou de certa forma que a vida continua ao marcar a estreia de sua filha Bel Kutner interpretando a jovem Laura em cenas de flashback.

Cinco bebês interpretaram Heleninha durante seu crescimento. Entre eles, um menino. Mas a ultima bebe e que ficou mais tempo na novela se tornou a mais lembrada, Beatriz Bertu. A então menina começou a gravar a novela quando tinha apenas 10 meses e rapidamente se tornou uma celebridade. Com direito a estrelar comerciais e ter destaque no anúncio e na contracapa do disco da trilha internacional da novela. Um ritmo muito pesado pra uma criança tão novinha. Beatriz cumpria seus compromissos profissionais mesmo quando estava doente. Com o fim da novela, seus pais decidiram afastá-la do meio artístico. Mas ela não foi esquecida, sempre era lembrada por materias do tipo “por onde anda” enquanto crescia. Mesmo quando se tornou atleta de ginástica de trampolim e representou o Brasil em competições internacionais, para o público brasileiro ainda era a Heleninha da novela. Quis o destino que a história de Beatriz voltasse para o comeco. Uma grave contusão fez ela se afastar do esporte. A garota decidiu fazer aulas de teatro apenas como uma distração. Mas gostou tanto que decidiu seguir este caminho na vida profissional. Especialmente quando reencontrou Isabela Garcia numa gravação da novela Celebridade e foi incentivada por ela a estudar. Beatriz, hoje com 30 anos, se formou em Artes Cênicas, ja fez algumas pequenas participações na TV e é mais presente no teatro. Será que o destino também reservou um papel fixo numa novela para Beatriz, mostrando para o público a mulher que um dia foi aquela menininha fofa e adorável de Bebê a Bordo? O tempo dirá…

Bebê a Bordo foi considerada uma novela anárquica e que fugia do convencional quando passou pela primeira vez. Uma impressão que continua forte para vários telespectadores de hoje, reforçada por aspectos que sempre aparecem nas novelas escritas por Carlos Lombardi, como sequências cheias de ação e sensualidade e histórias de amor que nao sao nenhum conto de fadas mesmo quando tem final feliz. Tudo isso sendo mostrado num ritmo frenético. Esta novela e um retrato de uma época da teledramaturgia, que ela podia ousar um pouco mais e o publico geralmente respondia bem a isso. Nao se pode basear nada apenas por julgamentos alheios. Ninguém é obrigado a gostar de novela alguma. Assistir pelo menos o primeiro capítulo de Bebê a Bordo será importante para cada um formar sua própria opinião sobre a novela. Pode ser um gostoso reencontro com a cultuada década de 80 que nao tem nada de perdida em matéria de televisão. Pode ser chata, difícil de entender, não ter muito romantismo, exagerada na comédia, ter um ritmo acelerado até demais. Mas o mais importante nesta reprise da novela, depois de 25 anos de sua exibição anterior, e o Viva cumprir seu importante papel de relembrar o passado da TV, trazer lembranças de volta, mostrar para os mais jovens a produção que que só tinha visto falar por matérias e lembranças de quem vivenciou a época das exibições anteriores. Tomara que o canal continue sempre cumprindo seu papel. E que o público tente ser mais compreensivo, pois são milhões de telespectadores, milhões de gostos e opiniões completamente diferentes. Que venham as aventuras de Ana, Heleninha, Tonico e companhia pra certamente agradar as tardes e madrugadas, quando o capitulo e reprisado, de muita gente pelos próximos 7 meses.

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