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Evaristo, Artur, Marcelo e os sentimentos que a TV nos desperta


Alguns acontecimentos dos últimos meses mexeram com os sentimentos de quem costuma acompanhar os telejornais da Globo e da Record. Em julho, depois de 13 anos de uma parceria de muito sucesso com Sandra Annenberg na apresentação do Jornal Hoje, Evaristo Costa surpreendeu o público e deixou a emissora antes mesmo do fim de seu contrato alegando querer se dedicar a família numa nova vida no exterior. Poucos dias depois, quem é de Belo Horizonte ficou ainda mais sentido e chocado com uma notícia mais surpreendente ainda e muito triste. Artur Almeida, editor-chefe e apresentador do MGTV 1ª edição da Globo Minas, foi passar férias em Portugal e infelizmente não voltou do mesmo jeito que foi. Faleceu com apenas 57 anos vítima de uma parada cardiorrespiratória. Depois de meses de luta, torcida do público e também de muitas fofocas vindas de tentativas frustradas de assustar ou de querer noticiar o que ainda nem tinha acontecido, Marcelo Rezende, apresentador do Cidade Alerta, da Record, faleceu no último dia 16 aos 65 anos vítima de complicações causadas por um câncer no pâncreas.


Mesmo com as naturais diferenças, os dois casos me fazem pensar. Como assim os companheiros de tantas tardes não vão mais fazer parte delas? Sem dúvida a família é algo importantíssimo pra qualquer pessoa, mas porque deixar uma trajetória de sucesso na telinha que também rende sucesso nas redes sociais? Sabemos que a morte é inevitável, mas quando ela chega inesperadamente, se torna ainda mais dolorosa e difícil pra quem fica e convivia de alguma forma com quem se foi. Mas também traz tristeza e saudade pra quem fica mesmo quando quem se foi descansa e se livra de toda a dor e sofrimento que sentia neste mundo. Os telejornais não são apenas algo que assistimos pra nos informar sobre o que acontece no Brasil e no mundo, e nem sempre nos lembramos disso. Nos acostumamos e nos apegamos a quem está na frente das câmeras lendo o que está escrito no teleprompter. Por exemplo, tantos "boa noite" já respondemos pro William Bonner ao assistir o Jornal Nacional como se ele pudesse nos ouvir do outro lado da telinha. Alguns mais experientes respondiam os "boa noite" do Cid Moreira. As imagens da TV também acabam fazendo parte do nosso dia a dia mais do que imaginamos.


Pois é, a vida nos traz tantas surpresas que nem sempre são agradáveis. Que nos fazem repensar e reaprender pra seguir em frente. Também nos fazendo lembrar que nem sempre o que significa sucesso e felicidade pra maioria das pessoas realmente traz felicidade e harmonia pra vida de todos. Que nem sempre nos lembramos da importância da família como deveríamos. Que estes acidentes de percurso doem, mas fazem parte da vida. Que aos poucos se tornam lembranças, nos fazem repensar e reorganizar quem somos, até mesmo nos detalhes mais aparentemente insignificantes. E o principal: lembrar que a vida continua. O que também acontece nos casos que começaram este texto. Dony de Nuccio, até então um ilustre desconhecido pra muitos, desbancou os favoritos Rodrigo Bocardi e César Tralli e se tornou o novo companheiro de Sandra Annemberg na bancada do Jornal Hoje. Ainda não é um queridinho das redes sociais como Evaristo Costa, mas fez o público sentir um pouco menos de saudade do que se imaginava que sentiria. Aos poucos as coisas vão naturalmente se reajustando na Globo Minas, especialmente no MGTV 1ª edição. Isabela Scalabrini, companheira de bancada de Artur Almeida por tantos anos no comando do telejornal, continua o trabalho deixado pelo amigo, que deixa eternas lembranças sempre quando der meio dia e o Globocop filmar algum lugar de Belo Horizonte. Numa decisão rápida a Record efetivou Luiz Bacci, que já apresentava o Cidade Alerta na ausência de seu eterno titular, no comando do telejornal. Numa decisão que até assusta um pouco, mas também já era naturalmente esperada. E vamos em frente, vamos encarar os próximos capítulos que nos esperam e que nos ensinarão importantes lições em todos os aspectos.


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