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Consumismo


Semana passada fui à rua certa de que iria comprar um sapato novo para mim. Meu pé cresceu dois números na gravidez e acabei perdendo todos os calçados que tinha. Ganhei alguns da minha mãe e da minha cunhada. E parou por aí. Ou seja, há mais de um ano estou usando os mesmos sapatos, que se resumem a cinco pares. E adivinha só? Não comprei... Voltei pra casa com algumas roupas para o meu filho.

É, o meu closet parece até o do meu marido... Para ele, cinco pares são mais do que suficientes para um bom tempo. E agora me dei conta que são mesmo. Antes tinha mais de trinta pares e queria renovar a minha coleção a cada nova estação. Quanta bobagem. Agora, ao invés de comprar pra mim, compro para o meu filho. E nem por isso fico triste ou chateada. Não, pelo contrário, fico feliz!

Aliás, fico mais feliz do que se estivesse comprando para mim. Quando me tornei mãe, realmente me tornei uma outra pessoa, mais prática e menos egoísta. Tenho prazer de separar tudo o que não uso mais para doar. Procuro ter no meu armário somente aquilo que realmente vou usar, com apenas algumas peças para cada ocasião. Durante a gestação engordei 22 quilos e me desfiz de quase todas as peças que não cabiam em mim. Realmente, não imaginava que poderia vestir manequim 40 novamente. As poucas roupas que ficaram são as que estou usando, pois já perdi 24 quilos. Ou seja, preciso mesmo fazer umas comprinhas para mim.

Mas dá pra esperar... A prioridade ainda é meu filho, que usa fraldas, cresce do dia pra noite e aumenta o tamanho do pézinho em dois números rapidamente. Posso dizer que a maternidade me libertou. Não preciso mais ostentar, nem acompanhar todas as tendências. Não preciso viver no shopping ou em boutiques para ser feliz.

Mesmo com o cabelo desgrenhado, a roupa suja de papinha e o rosto sem maquiagem, o que tenho é mais do que suficiente para me fazer feliz. Sou mãe e o meu filho me faz ser uma linda mulher do jeito que eu sou, sem me entregar ao consumismo para estar sempre na moda.

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