Hoje foi um dia daqueles! Vontade de gritar, sair correndo, ir embora para algum lugar bem longe, quem sabe para um outro planeta. Ser mãe não é fácil mesmo, é um trabalho interminável, silencioso, invisível e sem reconhecimento. Não dá direito a plano de carreira, bonificação ou aumento de salário. Você trabalha, trabalha, trabalha e ninguém percebe. Afinal, é sua obrigação como mãe (como dizem por aí).
Quando o seu filho ainda é um bebê, recém-nascido, algumas pessoas ainda oferecem ajuda. Mas na medida em que a criança vai crescendo, as pessoas se afastam, esquecem que o trabalho continua ali, mudando apenas de etapa. E olha que ainda escuto "ela já está acostumada". Acostumada a quê? Ao meu filho? A ser mãe? Não, não estou acostumada mesmo! O que dá trabalho não é o meu filho, não são as minhas obrigações de mãe. O que me cansa é o acúmulo de coisas e tarefas. É a roupa para lavar, estender para secar, recolher, dobrar, guardar... É vigiar o tempo se vai chover ou não. É se preocupar com o dia da vacina e com a consulta do pediatra. É dar banho nos cachorros, limpar a casa e o quintal. É preparar a comida do seu filho, do seu marido e, se sobrar algum tempinho, você come também. É lavar a louça que não para de se acumular na pia, ir ao supermercado e dar conta de tudo. É não dormir se teu filho tem febre e passar o dia exausta e cheia de coisa para fazer. E olha que eu nem falei da área profissional, da maternidade em si e da minha parte esposa. Enfim, cansa! Todo dia é a mesma coisa.
E é dessa rotina chata e desgastante que tenho vontade de fugir. Porque se eu fosse embora para outro planeta ou para qualquer outro lugar, deixaria para trás tudo que é chato ou ruim. Mas única coisa que eu jamais deixaria de lado e carregaria sempre comigo, é o meu filho. Por ele faço tudo o que é preciso, o amor faz com que eu me supere a todo momento. Ele é a melhor parte de mim e esse pedaço da minha história está cravado em meu coração.