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Into the Woods, Caminhos da Floresta


Por muitos anos, a Disney tem como objetivo conduzir seu público ao mundo dos sonhos onde todos os nossos desejos são realizados. E assim, arrastou e conquistou o amor, a afetividade e os sonhos de infância de muitos adultos até hoje. Mas com um tempo, e as principais mudanças de padrão de pensamento dos meados do Séc. XXI, Disney e suas princesas e contos encantados de “Felizes para Sempre” começaram a ser contestados, pois essas princesas e príncipes perfeitos e esse conceito de felicidade são praticamente um sonho impossível.

Eu sempre fui fã da Disney e toda sua magia e perfeição de repertórios, atores, musicais e profissionais. E agora, mais ainda. Porque já há um tempo a produtora aceitou dialogar com seu público e rever seus padrões e reconstruí-los e mesmo assim, sem perder seu recado principal que é a esperança e a conquista de seus sonhos.

Assim acontece em “Into the Woods”, Caminhos da Floresta, um musical que traz um mix de todos os principais contos infantis costurados entre si desencadeando um roteiro com toques de terror, tragédia e mistério. Um padeiro e sua mulher (James Corden e Emily Blunt) vivem em um vilarejo, onde lidam com vários personagens famosos dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho (Lila Crawford). Um dia, eles recebem a visita da bruxa (Meryl Streep), que é sua vizinha.

A bruxa avisa que lançou um feitiço sobre o casal para que não tenham filhos, como castigo por algo feito pelo pai do padeiro, décadas atrás. Ao mesmo tempo, a bruxa avisa que o feitiço pode ser desfeito caso eles lhe tragam quatro objetos: um capuz vermelho como sangue, cabelo amarelo como espiga de milho, um sapato dourado como ouro e uma vaca branca como o leite. Eles têm apenas três dias para encontrar tudo, caso contrário o feitiço será eterno. Decididos a cumprir o objetivo, o padeiro e sua esposa adentram na floresta.

Nesse filme, Disney apresenta Cinderella, João Pé de Feijão, Rapunzel, Chapeuzinho vermelho, um casal de lenhadores entre outros mantendo suas características originais sem o famoso açucarado estilo Disney.

Mas porém, o que achei de mais interessante é que mesmo nas duras travessias das personagens pela floresta escura e medonha, passando por perdas, frustrações e ameaças, no meio de tanta escuridão da fria e dura realidade, a essência Disney se torna presente e ainda mais real. Mesmo cercados de todas as surpresas de um “destino feroz”, as personagens se superam e acham dentro de si um caminho seguro de volta para casa.

Então, o tal lugar para Além do Arco-íris, na segunda Lua da Terra do Nunca, cheio de países das Maravilhas, não está tão longe e nem é impossível. Ele fica na nossa capacidade de ser resiliente, confiar que podemos atravessar a floresta escura, ser ameaçados por todas as bruxas e lobos maus, descobrir que se é mais forte que tudo isso.

Entender que temos responsabilidades sobre o que desejamos e fazemos. Nem todos os desejos são plenos e cheios de boas intenções e podem ser realizados. Mas, a vida não deixa de ser possivelmente bela e paradisíaca porque há dificuldades e tristezas no caminho, mas sim que o paraíso e existe e subsiste porque apesar de todas as contradições... todas as sombras são superáveis e no fundo de todos os nossos desejos o que queremos é o bem viver, e a vida é mais forte, feliz, poética e alegre.

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