
A discussão do papel da mulher na sociedade continua em voga desde o início da modernidade. Sou uma grande fã de todas as princesas da Disney. Apesar de algumas ainda se enquadrarem em padrões antigos nos quais a sociedade ainda era bastante patriarcal,todas em sua medida são mulheres à frente do seu tempo.
As princesas da Disney são mulheres muito delicadas e sensíveis que trazem no peito a força de um dragão e são capazes de reconstruir sua própria história. Hoje, vou destacar Frozen, que para mim, é um desenho que deixa nítido uma mudança de paradigma da nossa sociedade atual.
Elsa princesa de um pequeno reino norueguês chamado Arendelle, nasceu com poderes mágicos com os quais ela é capaz de criar gelo, geada e neve. Uma noite, enquanto estava brincando, ela fere acidentalmente sua irmã mais nova, a princesa Anna. Seus pais chocados, o Rei e a Rainha, procuram a ajuda do rei Troll, que cura Anna e remove das suas memórias a magia de Elsa.
O casal real isola as crianças em seu castelo até Elsa aprender a controlar seus poderes. Com medo de ferir Anna novamente, Elsa passa a maior parte do tempo sozinha em seu quarto, causando um afastamento entre as meninas à medida que crescem. Quando as princesas são adolescentes, seus pais morrem num naufrágio durante uma tempestade.
Quando Elsa completa 21 anos, o reino se prepara para sua coroação como Rainha. Entre os convidados está o alemão Duque de Weselton, que procura explorar Arendelle para conseguir dinheiro. Animada para sair do castelo de novo, a princesa Anna explora a cidade e conhece o príncipe Hans das Ilhas do Sul, e os dois desenvolvem rapidamente uma atração mútua.
Apesar do receio de Elsa, sua coroação ocorre sem incidentes. Durante a recepção, Hans pede Anna em casamento e ela aceita apressadamente. No entanto, Elsa se recusa a conceder a sua bênção e proíbe o repentino casamento. As irmãs discutem, culminando com a exposição dos poderes de Elsa durante uma explosão emocional.
Em pânico, Elsa foge do castelo, e sem querer desencadeia um inverno eterno no reino. No alto das montanhas próximas, ela liberta os seus poderes, construindo um palácio de gelo e decidindo viver solitária, e sem saber, dá a vida ao seu boneco de neve (e de Anna),Olaf.
Enquanto isto, Anna sai em busca de sua irmã, determinada a levá-la de volta a Arendelle, acabar com o inverno e restaurar seu relacionamento. Quando faz uma pausa para conseguir mantimentos, ela conhece um homem da montanha chamado Kristoff e sua rena, Sven, e convence Kristoff para guiá-la até a montanha do Norte. Em sua jornada, o grupo se encontra com Olaf, que os leva ao esconderijo de Elsa.
Bom, esse é boa parte do enredo da história que não vou contar o final, mas em tudo fica claro que a vida tanto de Elsa quanto de Anna estão nas mãos de cada uma delas. Elsa é apresentada ao público quase mais como uma “bruxa” uma mulher com uma característica estranha capaz de destruir tudo e até provocar o mau, diferentemente dos padrões antigos de princesas que jamais teriam alguma anomalia.
O protagonismo da estória também não pertence ao príncipe que salva a princesa do Dragão, mas sim ao amor e a cumplicidade entre essas duas mulheres que se dispõem a lutar uma pela outra sem a antiga rivalidade feminina (princesa e bruxa, melhor e pior), e vencer seus próprios dragões e espinhos interiores de todo dia.
Creio que Frozen é a representatividade da consciência feminina atual.O “feliz para sempre” fica por conta do entendimento de que a liberdade é uma conquista interior, que mora perto da capacidade de se aceitar e saber lidar com todas as suas forças e fragilidades. Então, se assim a escolha pela felicidade depende apenas da liberdade que você mesmo se permite ter, o que não depende de um príncipe ou da solidão ou da decisão de outrem. Então, eu escolho me deixar ser, “Livre sou”.