Em um mundo encantado de reis, rainhas, bruxas, gnomos e fadas tem um menino que adora brincar de faz de conta. Ele se chama Artur e, às vezes, gosta de ser um serelepe duende, ou então finge que é um dragão bem feroz que cospe fogo. Faz de uma mesa um castelo e de um cobertor uma barraca. Brinca de ser que ele quer em suas viagens encantadas nos contos de fadas.
Comecei a contar historinhas para ele ainda bebê, e logo quando aprendeu a falar pedia mais. Depois de um tempo ele passou a escolher as que mais gostava e contava toda a trama junto comigo, mas do seu jeito. Elegeu como as suas favoritas as histórias com Lobo Mau. Seu encanto por estas histórias se tornou ainda maior depois que foi ao teatro e viu o Lobo Mau bem de pertinho. A partir de então passou a ser o Lobo em quase todas as suas brincadeiras, soprando e bufando nas casinhas dos três porquinhos ou escondido na floresta esperando a Chapeuzinho Vermelho. Mas o Lobo Artur, com bocão grandão e olhos gulosos, é bonzinho e tem medo da bruxa feiosa de chapéu preto e nariz grande. Sua imaginação não tem limites e cria tantas outras aventuras fantásticas o tempo todo.
E cada vez que ele me conta uma nova história, com personagens diferentes e divertidos, lembro o quanto é bom ser criança e se permitir sonhar. No mundo de faz de conta, o sapo pode ser um grande herói que vive atrás do vaso de planta e as fadas são borboletas que voam no quintal. Traz a nossa vida real tudo que ele ama, nas suas historinhas. Deixa o seu pequeno reino mais encantado e feliz. E eu faço parte deste mundo.