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Sem mimimi


Uma das situações mais exaustivas no ofício de ser mãe é ter que enfrentar as pessoas que se metem na criação do seu filho e gostam de dar opinião. Pitaco mesmo! E isso é tão, tão chato que a gente acaba pegando bronca da pessoa por querer se meter na criação do seu filho.

E esses desavisados metidos a sabidos aparecem de todos os lados, brotam aos montes aonde quer que você vá. Tem parente próximo e distante, colegas de trabalho, vizinhos, amigo do amigo, desconhecidos, gente que aparece da PQP só para encher o saco! E começa já na gravidez... É tanta gente dando ideia... Come isso, come aquilo, faz exercício, faz repouso, fica sentadinha, anda para não inchar as pernas... E o nome, já escolheu? Gosto de tal nome... Nossa, mas esse nome já tem um monte de crianças. Tá muito na moda. Grrrrrrr... Haja paciência! Depois que o bebê nasce, a situação piora 1000 vezes, ainda mais quando se é mãe de primeira viagem. Tudo que você faz parece estar errado, você é criticada o tempo todo e são poucas as almas do bem que te ajudam de verdade neste momento tão complicado, de pura aprendizagem e adaptação. Mas críticas você recebe o tempo todo: tá com muita roupa, tá com pouca roupa, não pode andar com essa criança no sol, é muito pequeno ainda... Esse menino tá meio amarelinho, tem que ficar no sol, você não pode tomar leite para ele não ficar alérgico, você tem que comer canjica para ter leite. Ele ainda mama no peito? Nessa idade não adianta nada... Dá mamadeira que ele dorme a noite toda! E por aí vai.

Agora que meu filho está com dois anos, a pressão do povinho mimimi aumentou. Por opção, mudei de profissão para poder ficar com meu filho o máximo de tempo e ser uma mãe muito presente nos primeiros anos de vida dele. O tempo passa tão rápido que esta fase é a única que eles tem interesse de ficar grudadinho com a gente. Depois começa a crescer, forma seu grupinho de amigos, se volta para atividades escolares e extracurriculares, começa a namorar, sai de casa, vai morar longe, casa, tem filhos e a vida segue.

Mas a pressão que tenho sofrido para colocar ele na escola tem sido a pior de todas. Eu não quero colocar meu filho na escola para "descasar" ou para "voltar a trabalhar, como dizem. Quero continuar me desdobrando, ficando exausta, mas me dedicando integralmente ao desenvolvimento dele. Hoje, com 2 anos e 3 meses, ele fala tudo, come de tudo, anda, corre, pula, brinca, não usa mais fraldinha, é carinhoso, convive muito bem com crianças e adultos, sabe explicar situações e o que está sentindo. Acho que não estou sendo uma mãe tão ruim assim. E esse povinho mimimi nunca se deu ao trabalho de me perguntar se estou feliz ou sequer me parabenizou pelo desenvolvimento do meu filho.

Ser mãe foi uma opção minha, uma escolha minha... E todos os caminhos que venho seguindo foram planejados a minha vida toda. Nasci para e quero aproveitar cada etapa do meu filho. Ah, ele vai para a escola sim... No tempo certo!

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