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Quarta-feira de cinzas


Hoje meu filho acordou e me perguntou se ia para o Carnaval. Pra gente acabou, mas para as crianças essa magia de brincar, pular, correr e se fantasiar independe de ser Carnaval ou não. Como eu gostaria de ser assim e levar todos os dias do ano com tanta leveza e diversão. É muito bom ser criança e a felicidade do meu filho brincando e com saúde é o que me faz ser feliz.

Crescer e se deparar com tantos problemas é muito ruim, dá vontade de entrar em uma máquina do tempo e voltar a ser criança, escondendo toda a minha fragilidade e medos atrás de uma máscara de super-heroi, me tornando a pessoa mais corajosa e imbatível. E o Carnaval me trouxe essa reflexão, percebendo quão frágil eu sou e não me permito mais ser feliz por 5 dias como uma criança.

O tempo passou pra mim, as responsabilidades e cobranças da vida colocaram em mim uma máscara que não é minha. Se brinco na rua com meu filho e jogo confete para o alto, bate aquela culpa de cidadão consciente de que estou sujando o chão e que isso não é exemplo para o meu filho. Que coisa chata, né? Tem hora que preciso desligar alguns botões e me permitir mais.

Lembro como minha infância foi boa e como era bom brincar no Carnaval. Jogávamos água com espirradeira em todo mundo e ninguém se importava. Ontem, ao filmar meu filho brincando, estava de costas e esbarrei sem querer em uma pessoa. Pedi desculpas, mas a pessoa saiu reclamando. Está muito difícil, as pessoas estão fechadas e intolerantes. Se damos um sorriso, recebemos uma cara amarrada em troca.

Não quero um mundo em que a felicidade no Carnaval esteja ligada ao álcool, drogas e pegação. Quero que meu filho tenha a liberdade de ser feliz sempre em um mundo melhor. E viva a alegria nos 365 dias do ano.

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