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O Cravo e a Rosa


Desde 25 de março, de segunda a sábado às 23h00 o canal Viva exibe a novela O Cravo e a Rosa. Exibida originalmente pela Globo no horário das 18 horas entre junho de 2000 e março de 2001 e no Vale a Pena Ver de Novo entre janeiro e agosto de 2003 e entre agosto de 2013 e janeiro de 2014, a trama de Walcyr Carrasco e Mário Teixeira conta uma tumultuada história de amor. Na São Paulo dos anos 1920, Catarina (Adriana Esteves) é uma militante dedicada que luta pelos direitos das mulheres. Mas ao contrário da imensa maioria das jovens de sua época, não quer se casar. Para revolta de sua irmã Bianca (Leandra Leal), que sonha em se casar logo com seu amado Heitor (Rodrigo Faro). Batista (Luis Melo), pai de Catarina e Bianca, só deixa a filha mais nova se casar quando a filha mais velha já estiver casada. Enquanto isso, Julião Petruchio (Eduardo Moscovis), vê no valioso dote (grande quantia em dinheiro que antigamente a família da moça oferecia ao rapaz que se casasse com ela) que Batista oferece por Catarina a chance de salvar seu sítio da hipoteca. Catarina bem que lutou, mas não teve outro jeito. Se casou com Petruchio contra a sua vontade. O rapaz conseguiu seu sítio de volta e levou Catarina junto. Mas ela tem personalidade muito forte e Petruchio terá muito trabalho pela frente pra domar essa fera. Será que ele vai conseguir?

O Cravo e a Rosa rapidamente se tornou um grande sucesso. Que ajudou no seu esticamento. A novela que era pra ser curta acabou com 221 capítulos. O estilo das novelas de Walcyr Carrasco na Globo começava a tomar forma. Marcado especialmente por muito humor, núcleo de personagens que vivem no campo e cenas de pastelão. Mesmo não sendo numa trama totalmente inédita. A família Batista, Petruchio e seus conflitos vem de A Indomável, novela de Ivani Ribeiro exibida pela TV Excelsior em 1965 e protagonizada por Edson França e Aracy Cardoso. Esta novela teve uma espécie de remake com mais personagens, histórias e capítulos que foi O Machão. Escrita por Sérgio Jockman e Dárcio Ferreira (marido de Ivani Ribeiro), exibida pela TV Tupi entre fevereiro de 1974 e abril de 1975 e protagonizada por Antônio Fagundes e Maria Isabel de Lizandra. Heitor e sua interesseira família e o menino Buscapé são alguns dos personagens de O Cravo e a Rosa que vieram de O Machão. Assim como a cabeleira e a barba de Petruchio e o corte chanel do cabelo castanho e liso de Catarina. Outros personagens como o ingênuo Januário (Taumaturgo Ferreira), a sedutora Marcela (Drica Moraes) e a família paralela de Batista, que nem imagina quem realmente ele é, formada pela lavadeira Joana (Tássia Camargo) e seus filhos Fátima (Thais Muller) e Jorginho (João Capelli), são criações de O Cravo e a Rosa.

O sucesso da novela também se deve ao elenco inspirado. Começando pelos protagonistas, passando pelos veteranos como Eva Todor (Josefa, mãe de Heitor), Suely Franco e Pedro Paulo Rangel (Mimosa e Calixto, que se descobrem apaixonados, o que nunca tinha acontecido até então mesmo com toda a experiência de vida) e chegando nos estreantes, como Vanessa Gerbelli (Lindinha, uma jovem de caráter duvidoso apaixonada por Petruchio) e a então menina Thais Muller, mostrando que herdou o talento de seus pais Anderson Muller e Marcela Muniz.

Em quase 19 anos, já é a 4ª vez que o público embarca nesta divertida viagem aos anos 1920. Os capítulos da segunda exibição de O Cravo e a Rosa no Vale a Pena Ver de Novo continuam disponíveis para os assinantes do aplicativo Globo Play. Ao mesmo tempo que estes fatos confirmam a importância da novela na teledramaturgia brasileira e todas as suas qualidades, o que é muito bom, também despertam questionamentos. Tantas exibições dão a sensação de que a novela passou um dia desses, a saudade que o público sente é menor do que se compararmos com outras novelas. Que merecem também uma reprise no Viva. Certamente O Cravo e a Rosa garantirá muita diversão nos próximos meses. Mas é uma pena que o canal a cabo esteja cada vez mais distante do respeito ao seu público, de lembrar que a história da Rede Globo começou bem antes do final do século XX e começo do XXI. A grade de programação do canal tem espaço suficiente para satisfazer várias parcelas do público. Fica a esperança que o Viva possa pensar melhor nas suas futuras decisões. O público agradecerá muito e o maior favorecido será o próprio canal.

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