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O susto


Dizem que quando nasce um filho, nasce uma mãe. E é a mais pura verdade! O instinto protetor de uma mãe é algo inexplicável, irracional. Nossas ações passam a ser instintivas mesmo, não é conversa fiada! É a leoa defendendo a cria, defendendo o que é seu.

Passei por uma situação que até hoje não entendo como consegui segurar meu filho. Estava subindo as escadas carregando uma caixa e meu filho subia ao meu lado, segurando uma bola. De repente ele resolveu jogar a bola e nisso se desequilibrou. Naquele momento, não sei como, lacei minhas mãos em um dos pés dele, segurando-o de ponta cabeça e evitando que ele rolasse escada abaixo. Não sei como conseguir ser tão ágil naquele momento. Meu coração me sufocava de tão acelerado... Que tensão, que susto! Abracei meu filho desesperadamente e só sabia beijá-lo e chorar, chorar muito! E ele, sem entender nada do que tinha acontecido, só falava: "mamãe chorando, muito triste", passando a mãozinha no meu rosto.

Que susto, que dor! Nunca doeu tanto pensar no risco que meu filho tinha corrido. E que medo que me deu... Sendo mãe descobri que é possível ter medo de ter medo. E como isso é ruim, sentir essa sensação... Mas tenho certeza que isso é proteção, algo exclusivo de quem é mãe.

E este instinto é um alerta de proteção do filho mesmo. Só me dei conta ontem, quando ao descer esta mesma escada do incidente, me estabaquei e me ralei toda. Naquele momento, com a cabeça nas nuvens e relaxada, sem a preocupação de estar tomando conta do Artur, me distraí e caí. Ardendo com o braço ralado e com o tornozelo latejando, só me vinha à mente: "ainda bem que não estava com Artur no colo. O tombo foi feio!"

Mas enfim, sacudi a poeira e me levantei, pronta pra dar um beijo no meu filho e assumir que estava tudo bem.

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