Dizem que quando um filho é muito apegado à mãe, é porque o vínculo afetivo entre mãe e filho foi bem estabelecido nos primeiros anos da vida dele. Acredito que isso seja verdade, mas confesso que estou passando por um terrível momento, com medo de uma quebra de vínculo: o desmame.
Muito antes de ser mãe já havia decidido que iria cumprir o período dos 1.000 dias, recomendados pelos especialistas como período de tempo ideal para o aprendizado, crescimento e desenvolvimento adequados do bebê. Além dos 270 dias da gestação, soma-se a este período os dois primeiros anos de vida do bebê. Para algumas pessoas, pode parecer besteira. E não julgo! Mas na minha experiência como mãe, funcionou super bem.
Os meus hábitos alimentares, minhas atitudes e até mesmo traços da minha personalidade e dos meus valores já podem ser percebidos no comportamento do meu filho. Adquiridos, absorvidos e percebidos por ele, não apenas geneticamente, mas também por estímulos, percepção e convívio. Neste tempo, fomos eu e ele o tempo todo, juntos em tempo integral. E em 1.000 dias foram muitas, muitas e muitas mamadinhas.
Sei o quanto amamentar foi e tem sido bom, tanto para mim quanto pra ele. Optei em estender esse processo de amamentação, mas considero que cumpri os 1.000 dias com louvor.
Sigo amamentando, quem sabe concluindo mais uma etapa de 365 dias. Durante o dia ele não tem mais interesse no mamá, afinal ele se alimenta super bem e tem outras distrações. Trava a boca e diz que está "mofado". Mas quando bate o sono é o peito que ele procura. E confesso que por mais que seja exaustivo e eu tenha consciência de que o desmame está próximo, dói pensar que meu menino está crescendo e que esse momento de amor, só nosso, está prestes a acabar.
Como mãe, sei que me doei integralmente a ele por mais de 1.000 dias. Sempre serei dele. O nosso vínculo nunca irá se findar. Mas o meu bebê está crescendo e, aos poucos, vou me readaptando e me preparando para as novas fases e desafios da maternidade que estão por vir. Ser mãe é para a vida toda.