Enquanto meu filho assistia a um desenho, percebi que a mãe do personagem lhe fez uma pergunta simples: o que te faz feliz? No mesmo instante repeti esta pergunta para o meu filho e a resposta veio com um sorriso encantador e uma resposta direta: brincar! Como é bom ser criança e ter como única preocupação, saber se vai dar conta de brincar com tudo que deseja ao longo do dia. Acordar às cinco da manhã e chamar a mamãe pra brincar, realmente não é algo fácil... Mas se é o que te faz feliz, vale muito a pena.
Meu filho tem dessas coisas, uma energia inesgotável para brincar. Pega na minha mão e me arrasta pra cima e pra baixo, me coloca no chão, pede para voar, desenhar, fazer comidinha, sobe nas minhas costas para virar um dragão, chama para o quintal para brincar de plantar coisas. Tudo é brincadeira, o dia todo. E eu acabo abrindo mão de fazer um montão de coisas de adulto para ficar ali, brincando e me doando.
Tem horas que dá até nervoso de querer resolver algumas coisas e não conseguir tempo porque está se dedicando às brincadeiras do seu pequeno. E como brincar cansa! Haja saúde, haja coluna! O corpo dói depois de pular amarelinha, fazer cavalinho ou brincar de pique. Mas é bom demais!
Outro dia, falei para o meu filho que ia tomar banho e fui surpreendida com algo que encheu meu coração de luz. Ele correu para o quarto, juntou meia dúzia de brinquedos na mãozinha e veio até mim com um lindo sorriso, dizendo: "Olha, mamãe... Pra você brincar"! Ou seja, se ele é feliz brincando, ele também quer que eu seja feliz brincando e que o meu banho tem que ser tão divertido quanto o dele com os brinquedos favoritos.
Como tenho aprendido com meu filho, nos dias em que estou mais tensa ele me arrasta para as brincadeiras mais inesperadas e que, realmente, me deixam feliz. Sei que ele está crescendo e que daqui uns dias ele vai aprender brincar sozinho, fazer amizades e trocar as brincadeiras com a mamãe por outras mais interessantes com os coleguinhas. Por mais cansativo que seja para um adulto brincar como criança e se permitir voltar a ser criança, vale a pena. É uma fase única e que já está passando. Assim como sinto falta da minha infância, já sinto falta da infância do meu filho que mal começou. Brincar realmente é bom demais e, com toda certeza, faz qualquer pessoa feliz.