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Cabocla


A partir do dia 7 de outubro de segunda a sábado às 15h30 o canal Viva exibe o remake da novela Cabocla. Exibida originalmente entre maio e novembro de 2004 no horário das 6 da tarde e no Vale a Pena Ver de Novo entre abril e agosto de 2008, a trama de Edmara e Edilene Barbosa, baseada no texto original do pai delas, Benedito Ruy Barbosa, que é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por Ribeiro Couto, conta uma história de amor que une mundos aparentemente bem distantes. Luis Jerônimo (Daniel de Oliveira) mora no Rio de Janeiro, só quer saber de festas e farras e não se preocupa com o futuro. Mas fica doente e vai para a fazenda do Coronel Boanerges (Tony Ramos), grande amigo de seu pai, Joaquim (Reginaldo Faria), na fictícia cidade capixaba de Vila da Mata para se recuperar. Lá conhece a cabocla Zuca (Vanessa Giácomo), afilhada do coronel, e nasce um grande amor que precisa enfrentar muitos obstáculos para se tornar realidade.

A primeira versão de Cabocla foi exibida em 1959 pela TV Rio e foi protagonizada por Sebastião Vasconcelos e Glauce Rocha. Nessa época as novelas ainda não eram diárias. 20 anos depois a Globo produziu a segunda versão, mostrando a história para um público bem maior. O romance de Zuca (Glória Pires) e Luís Jerônimo (Fabio Junior) saiu da ficção, chegou a vida real e também ajudou na divulgação da novela. Desse relacionamento nasceu Cléo em 1982. Glória e Fábio se separaram no ano seguinte. E a filha deles chegou a ser cogitada a fazer o papel que foi de sua mãe e é o começo de sua própria origem. A versão de 2004 repetiu não apenas os personagens e as cenas de 1979. Novamente Zuca e Luís Jerônimo eram um casal na ficção e na realidade. Da união de Vanessa Giácomo e Daniel de Oliveira nasceram 2 filhos, Raul e Moisés. O relacionamento terminou em 2012. Nas 2 versões da Globo o público também torceu muito por outro casal, Neco (Kadu Moliterno em 1979 e Danton Mello em 2004) e Belinha (Simone Carvalho em 1979 e Regiane Alves em 2004). O pai dele, Coronel Justino (Gilberto Martinho em 1979 e Mauro Mendonça em 2004) e o pai dela, Coronel Boanerges (Cláudio Corrêa e Castro em 1979), não se davam bem, mas tiveram que se entender pela felicidade dos filhos. Sem a influência da censura, que fez Benedito Ruy Barbosa ter que mudar alguns aspectos do texto em 1979, Cabocla finalmente pode explorar um lado mais político, abordando questões como posse da terra e eleição direta. Mesmo com toda a leveza da trama, é uma novela que faz pensar enquanto diverte, vai além dos romances.

Parece que Cabocla foi exibida pela primeira vez a bem pouco tempo atrás, mas já tem 15 anos. O tempo passa cada vez mais rápido. Se o Viva exibisse a versão de 1979 também seria uma boa notícia. Quem sabe um dia seja uma realidade. Mas é bom lembrar que alguns telespectadores vendo a reprise no Viva acharam a novela das 8 da época, Pai Heroi, arrastada. As novelas do final dos anos 70 e começo dos anos 80 tem cenas mais longas, era uma tática comum, mas nem todo mundo tem paciência para assistir. Fica a esperança de que esta reprise de Cabocla e sua antecessora na grade de programação, Selva de Pedra, mostrem para o Viva que dando espaço para diferentes tipos de nostalgia, o público e, principalmente, o canal sairão ganhando muito em vários sentidos.

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