Não é novidade nenhuma dizer que a gravidez transforma a mulher em uma montanha-russa de emoções. E o que já parecia inacreditável acontecer na vida de alguém, essa instabilidade emocional ainda piora com a chegada do bebê e o dia a dia alucinante de uma mãe. Sim, toda mãe é surtada! E não estou falando de surtos esporádicos não, me refiro a surtos diários... E haja adrenalina para ser controlada.
De madrugada, quando você acha que vai entrar no sono profundo e, finalmente, relaxar, acorda no susto com o seu filho fazendo xixi na cama. Aí você corre para trocar toda a roupa de cama, mudar o pijama do filho e você fica ali, molhada de xixi porque a criança não para de chorar querendo seu colo para dormir de novo. Nesse meio tempo você acaba dormindo junto, cheirando a xixi mesmo. De manhã você acorda com o seu anjinho te cobrindo de beijos e dizendo "bom dia, mamãe". Neste momento você tem certeza que é a pessoa mais feliz e sortuda do universo, agarrando e sufocando a sua cria com tantos beijos.
Mas esse momento de êxtase dura bem pouquinho, pois a realidade te chama de volta: "mamãe, preciso fazer xixi", "mamãe, tô com fome", "mamãe, vamos brincar", "mamãe, mamãe, mamãe...". Pronto, em menos de 10 minutos já enlouqueci de novo. E o dia se passa arrastado, com tantos afazeres inacabados, com tanto nervosismo, estresse e irritação. Cansada de vigiar e falar o dia todo as mesmas coisas: "não faz isso", "você vai se machucar", "não vai comer doce", "me obedeça", "respeite a sua mãe"... É, amiga... Não tá fácil não!
E no canto da cozinha, sentada no chão, me sentido frustrada e incapaz, choro e peço ajuda a Deus: "Pai, não estou aguentando mais... Me ajuda!". Seco as lágrimas, respiro fundo e volto pra realidade... "É contigo mesmo"! E toda vez que dói, grito! Não queria que fosse assim... Mas é... E dói, dói muito! E nesses mil e poucos dias vividos como mãe aprendi que surtar faz parte, assim como se sentir culpada pelos surtos que você dá! Cada surtada é um desabafo, uma explosão daquilo que está difícil suportar, mas ao mesmo tempo dói imensamente pensar que aquela criança te escolheu como mãe e o que lhe cabe é amar incondicionalmente. É, acho que essa montanha-russa de emoções está mais é para uma vôo em queda livre, em que você se joga sabendo que existe um pára quedas para te segurar, mas enquanto você despenca uma vida inteira passa pela sua cabeça e um sentimento de que você poderia ter feito algo diferente na sua vida não deixa de rondar o seu pensamento. Ser mãe é, sem dúvida, algo divino! Você se doa, deixa de existir e anula alguns anos de sua vida por alguém que acabou de chegar. Muda tudo, nada fica no lugar. É praticar o amor em meio ao caos. E quando olho pra mim e não consigo mais me ver no mundo, sei que este é o momento de respirar fundo e não desistir. Está difícil, mas essa foi a aventura que eu escolhi viver. E assim sigo em frente. É loucura, mas todo esse caos da maternidade é o que dá sentido a minha existência. O meu filho é a minha vida!